As bactérias do género Legionella encontram-se em ambientes aquáticos naturais e também em sistemas artificiais, como redes de abastecimento/distribuição de água, redes prediais de água quente e água fria, ar condicionado e sistemas de arrefecimento (torres de refrigeração, condensadores evaporativos e humidificadores) existentes em edifícios, nomeadamente em hotéis, estâncias termais, centros comerciais e hospitais.
Surgem ainda em fontes ornamentais e tanques recreativos, como por exemplo jacuzzis. São conhecidas, atualmente, mais de 50 espécies de Legionella, das quais a Legionella pneumophila é a mais frequente nos casos clínicos identificados, mas não é a única que pode infectar seres humanos. Existem aproximadamente 70 serogrupos distintos, muitos dos quais são considerados patogénicos.
A exposição a esta bactéria pode provocar uma infecção respiratória, actualmente conhecida por Doença dos Legionários, assim chamada porque, após a Convenção da Legião Americana, em 1976, no hotel Bellevue Stratford, Filadélfia, 34 participantes morreram e 221 adoeceram com pneumonia.
A infecção transmite-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada, aerossóis, de dimensões tão pequenas que veiculam a bactéria para os pulmões, possibilitando a sua deposição nos alvéolos pulmonares. A ingestão da bactéria não provoca infecção, nem se verifica o contágio de pessoa para pessoa.
A doença atinge em especial adultos, entre os 40 e 70 anos de idade, com maior incidência nos homens. Os fumadores, pessoas com problemas respiratórios crónicos, doentes renais e de um modo geral imunodeprimidos, têm maior probabilidade de contrair esta doença. Os sintomas incluem febre alta, arrepios, dores de cabeça e dores musculares. Em pouco tempo, surge a tosse seca e, por vezes, dificuldades respiratórias, podendo nalguns casos desenvolver-se diarreia e/ou vómitos. O doente pode ainda ficar confuso ou mesmo entrar em situações de delírio.
A doença tem ocorrido sob a forma de casos esporádicos ou de surtos epidémicos, em particular no verão e outono, com maior expressão em zonas turísticas. Em Portugal a doença foi detectada pela primeira vez em 1979 e pertence à lista de Doenças de Declaração Obrigatória (DDO). Desde 2000 até final de 2010, foram notificados 685 casos, predominantemente associados a alojamentos em unidades hoteleiras, embora mais recentemente tenham também ocorrido surtos em instalações fabris e hospitais. As taxas de fatalidade têm sido estimadas em 5 – 30 % do total de casos.
Pelas suas características naturais, a Legionella é um microrganismo que não é controlado facilmente por meio dos tratamentos convencionais da água e, dessa forma, a potabilidade da água não é garantia da sua ausência na água, independentemente da sua fonte. Para além dessas dificuldades, fatores comuns nos surtos de Legionelose ocorridos nos USA têm sido:
- Falta de familiariedade com a forma como a água é processada em sistemas de água nos edifícios complexos;
- Falta de controlo microbiológico efetivo;
- Falta de esforços coordenados de prevenção.
A Legionella é um risco surgido a partir da atividade humana, uma vez que no seu habitat natural ela não representa um risco prevísivel e, portanto, quem projecta, gere, opera ou é proprietário de uma edificação é, em última análise, responsável pelos danos que os seus sistemas de água e os seus componentes (chuveiros, torres de arrefecimento, fontes decorativas, spas, jacuzzis, piscinas interiores, humidificadores, sistemas de irrigação, entre outos) venham a causar à vida e à saúde de terceiros.
Uma vez que este problema é fundamentalmente fruto do processamento da água potável nos edifícios, a solução para a prevenção da Legionella passa pela implementação de um plano continuamente ativo de gestão de riscos, bem como pelo acompanhamento e minimização desses riscos.
O AQUALAB realiza a Avaliação de Risco da Legionella, auxiliando os seus clientes na tarefa de identificar, gerir e minimizar os riscos desta bactéria para proteção dos seus colaboradores, clientes, hóspedes, visitantes e a comunidade em seu redor. Realizamos uma avaliação de todos os componentes e atividades de operação dos sistemas de água dos edifícios (hospital, centro comercial, hotel, condomínio empresarial, indústria, etc.) para identificar perigos, classificar riscos e, por fim, sugerir um plano de melhorias e de operação com o fim de gerir o risco de Legionella em cada sistema.
Na nossa avaliação de risco, utiliza-se o método HACCP (método de controlo de riscos largamente utilizado nas indústrias alimentares), que é considerado o mais adequado para este tipo de avaliação e que se baseia nas mais importantes e reconhecidas normas técnicas aceites mundialmente para a gestão do risco de Legionalla, como a Organização Mundial de Saúde (OMS/ONU), OSHA nos EUA (Occupational Safety and Health Administration), HSE no Reino Unido (Health and Safety Executive).